O título me veio de uma resenha que li há algum tempo onde o dito autor dizia que o livro em questão era "uma obra muito necessária" para elucidação dos fatos, sabendo-se lá o que essa expressão queira dizer.
Vamos lá então... (vou, desde já, fazer uso de uma frase que o Jabor geralmente utiliza em suas publicações para que não haja "problemas": LÊ QUEM QUER! Ou algo neste sentido)
Eram exatamente 07h00min de uma terça-feira do "descarrego", como assim chamam este ritual tribal. Era uma cena dantesca. Miseráveis de toda a parte, ignorantes de todo gênero pululavam pelas cadeiras em busca de uma espécie de preenchimento, de algo que "faltava".
O colega que fez o obséquio de me acompanhar é também um segurança da Igreja. Nossa, me perguntei: se até Igrejas estão precisando de seguranças, onde iremos chegar?! Deus não dá segurança o bastante?! Ouxe, se nem as Igrejas estão seguras, quem dirá eu! O rosto das pessoas remonta, no mímino, o tédio. Bocejos e caras taciturnas são a regra geral. Não há sorrisos. Sorrindo, claro, estou eu, por estar, depois de muito tempo, vivendo uma nova história de terror.
O colega me dá o "roteiro" aproximado. Cantos, louvores, a sessão de descarrego em si e depois o pastor fala de novo. O culto começa bem, os miseráveis estendem suas mãos para o céu e pedem que o pastor (ou G-zuis, sei lá!) abençoe suas carteiras de trabalho, carteira funcional, blusas (um senhor levou quase o guarda-roupa inteiro), bolsas, fotos, etc. É interessante, as pessoas cantam de forma uníssona, mas de certa forma sem "paixão". Ficam uns olhando para os outros e todos, claro, olhando para o rapaz que não canta e a tudo observa: eu.
Há um menino insolente e mimado na cadeira de trás e sua vó tenta, sem sucesso, fazê-lo passar por debaixo do tal "manto sagrado" que no início do culto estava enrolado numa enorme cruz. É o tal do descarrego: passar por debaixo do manto e lá vou eu. Obreiros, como me informou o colega, iriam "orar" na minha cabeça enquanto eu passasse.
Vamos lá então... (vou, desde já, fazer uso de uma frase que o Jabor geralmente utiliza em suas publicações para que não haja "problemas": LÊ QUEM QUER! Ou algo neste sentido)
Eram exatamente 07h00min de uma terça-feira do "descarrego", como assim chamam este ritual tribal. Era uma cena dantesca. Miseráveis de toda a parte, ignorantes de todo gênero pululavam pelas cadeiras em busca de uma espécie de preenchimento, de algo que "faltava".
O colega que fez o obséquio de me acompanhar é também um segurança da Igreja. Nossa, me perguntei: se até Igrejas estão precisando de seguranças, onde iremos chegar?! Deus não dá segurança o bastante?! Ouxe, se nem as Igrejas estão seguras, quem dirá eu! O rosto das pessoas remonta, no mímino, o tédio. Bocejos e caras taciturnas são a regra geral. Não há sorrisos. Sorrindo, claro, estou eu, por estar, depois de muito tempo, vivendo uma nova história de terror.
O colega me dá o "roteiro" aproximado. Cantos, louvores, a sessão de descarrego em si e depois o pastor fala de novo. O culto começa bem, os miseráveis estendem suas mãos para o céu e pedem que o pastor (ou G-zuis, sei lá!) abençoe suas carteiras de trabalho, carteira funcional, blusas (um senhor levou quase o guarda-roupa inteiro), bolsas, fotos, etc. É interessante, as pessoas cantam de forma uníssona, mas de certa forma sem "paixão". Ficam uns olhando para os outros e todos, claro, olhando para o rapaz que não canta e a tudo observa: eu.
Há um menino insolente e mimado na cadeira de trás e sua vó tenta, sem sucesso, fazê-lo passar por debaixo do tal "manto sagrado" que no início do culto estava enrolado numa enorme cruz. É o tal do descarrego: passar por debaixo do manto e lá vou eu. Obreiros, como me informou o colega, iriam "orar" na minha cabeça enquanto eu passasse.
Lá estava eu em meio a uma procissão de desesperados, aleijados, excluídos, miseráveis. A turba passava de olhos fechados enquanto eram "abençoados" pelos tais obreiros. Fiquei até meio sem graça, pois é uma cena muito ridícula para ser descrita apenas com palavras. Há, em média, umas 400 pessoas neste dia específico, e todos passam. Meu colega me informa que é um dos cultos mais procurados pelos fiéis.
O pastor começa sua ladainha. É medíocre. Seu conhecimento bíblico beira o ridículo, fico até pensando, na hora, que poderia abrir uma Igreja (afinal de contas, nem imposto elas recolhem) e ganhar um dinheirinho fácil. Ele fala sobre G-zuis respondendo aos fariseus, uma passagem bíblica bastante simples para o povão "entender". Aos gritos ele tenta destrinchar melhor para aquela multidão de analfabetos o que diz especificadamente cada versículo citado. Antônio Carlos é seu nome, o pastor televisivo mais conhecido do Acre. Um pusilânime, em minha singela opinião.
Chega a hora mais esperada. Após um longo sermão achincalhando os "fiéis", chega a hora das "ofertas". É patético. Pessoas que não parecem ter o que comer dão seus últimos centavos para um dito "homem de deus" que está banhado em ouro. Meu colega "oferece" 10 reais. É ridículo, pois eu sei que ele não tem condições financeiras para tal. O pastor agora conta a história de uma "fiel" que ofertou o carro para Igreja. Outra, 30 mil reais. São pessoas de fé, segundo ele, e G-zuis as abençôou.
Ele recrimina sempre o apego às coisas materiais. O correto, em sua visão deturpada, é "dar tudo para G-zuis", e ele "devolverá em dobro". Fico pensando que "dar para G-zuis" se torna, então, o melhor investimento do mercado, posto que paga 100% de juros. O menino insolente agora dá uns "tabefes" na vó e diz querer ir para casa é, realmente, uma experiência massante. Ele levanta e corre, o pastor corre atrás, é uma cena engraçada. O menino diz que quer que G-zuis se dane e todos olham como em "desaprovação". Dou risada.
O pastor começa sua ladainha. É medíocre. Seu conhecimento bíblico beira o ridículo, fico até pensando, na hora, que poderia abrir uma Igreja (afinal de contas, nem imposto elas recolhem) e ganhar um dinheirinho fácil. Ele fala sobre G-zuis respondendo aos fariseus, uma passagem bíblica bastante simples para o povão "entender". Aos gritos ele tenta destrinchar melhor para aquela multidão de analfabetos o que diz especificadamente cada versículo citado. Antônio Carlos é seu nome, o pastor televisivo mais conhecido do Acre. Um pusilânime, em minha singela opinião.
Chega a hora mais esperada. Após um longo sermão achincalhando os "fiéis", chega a hora das "ofertas". É patético. Pessoas que não parecem ter o que comer dão seus últimos centavos para um dito "homem de deus" que está banhado em ouro. Meu colega "oferece" 10 reais. É ridículo, pois eu sei que ele não tem condições financeiras para tal. O pastor agora conta a história de uma "fiel" que ofertou o carro para Igreja. Outra, 30 mil reais. São pessoas de fé, segundo ele, e G-zuis as abençôou.
Ele recrimina sempre o apego às coisas materiais. O correto, em sua visão deturpada, é "dar tudo para G-zuis", e ele "devolverá em dobro". Fico pensando que "dar para G-zuis" se torna, então, o melhor investimento do mercado, posto que paga 100% de juros. O menino insolente agora dá uns "tabefes" na vó e diz querer ir para casa é, realmente, uma experiência massante. Ele levanta e corre, o pastor corre atrás, é uma cena engraçada. O menino diz que quer que G-zuis se dane e todos olham como em "desaprovação". Dou risada.
Uma sacola preta passa e recolhe todo dinheiro lançado aos pés do pulpito. Notas e moedas dos mais variados valores são recolhidas e levada para "dentro" (nunca mais serão vistas novamente). Vem a hora de falar sobre o dízimo. O pastor diz que o fiel tem que recolher o dízimo de tudo aquilo que recebe (nada mais conveniente, penso eu). Neste ponto, embora entristecido, acho que até mesmo os pastores e padres têm que comer, então, "que venham todos os dízimos a casa do Senhor". Bah!
Em uma noite, me diz o colega, chega-se a "apurar" mais de 5.000 reais. Então, paro, penso e reflito: Cinco mil reais por dia é um bom número. Religião é um negócio rentável, não é por acaso que vemos Igrejas surgindo no meio do nada.
Neste ponto o pastor chama aqueles que já participaram de rituais afro-religiosos (vulgarmente conhecido como macumba) a "orar" embaixo do tal manto sagrado. Neste ponto observei técnicas de hipnose bastante simples. As caixas de som acompanham o pastor em seu delírio retórico grandiloqüente com música de fundo mesclada com gritos de terror (daí o título do ensaio). As primeiras manifestações não tardam a "aparecer". O "ungido de deus" escolhe duas pessoas e leva para o púlpito para serem "libertas".
É uma cena patética. Pessoas hipnotizadas são levadas a crer que têm algum tipo de demônio. Os fiéis vão ao delírio, o êxtase religioso se dá. Todos levantam a mão junto com o pastor e "usam" o poder "divino" para libertar os endemoniados. Após este espetáculo (todo filmado obviamente), são chamadas as pessoas que sentiram "a presença do espírito santo e foram curadas". Duas velhas, um retardado mental (lembrei da Mariana nesta hora), um 'ex-drogado', e um 'ex-viado', vão até lá e falam de seus "caroços" desaparecidos. "Milagre", balbucia o pastor.
Em uma noite, me diz o colega, chega-se a "apurar" mais de 5.000 reais. Então, paro, penso e reflito: Cinco mil reais por dia é um bom número. Religião é um negócio rentável, não é por acaso que vemos Igrejas surgindo no meio do nada.
Neste ponto o pastor chama aqueles que já participaram de rituais afro-religiosos (vulgarmente conhecido como macumba) a "orar" embaixo do tal manto sagrado. Neste ponto observei técnicas de hipnose bastante simples. As caixas de som acompanham o pastor em seu delírio retórico grandiloqüente com música de fundo mesclada com gritos de terror (daí o título do ensaio). As primeiras manifestações não tardam a "aparecer". O "ungido de deus" escolhe duas pessoas e leva para o púlpito para serem "libertas".
É uma cena patética. Pessoas hipnotizadas são levadas a crer que têm algum tipo de demônio. Os fiéis vão ao delírio, o êxtase religioso se dá. Todos levantam a mão junto com o pastor e "usam" o poder "divino" para libertar os endemoniados. Após este espetáculo (todo filmado obviamente), são chamadas as pessoas que sentiram "a presença do espírito santo e foram curadas". Duas velhas, um retardado mental (lembrei da Mariana nesta hora), um 'ex-drogado', e um 'ex-viado', vão até lá e falam de seus "caroços" desaparecidos. "Milagre", balbucia o pastor.
Por fim, ele pede mais um pouco de dinheiro, de forma bastante velada. Diz que o senhor "estava" presente naquela sessão. Percebo uma menina (bastante feia e vulgar) me observando. Passo a olhá-la também. Está na primeira fila e traja uma microssaia e um top. Tem cabelos mal arrumados e, provavelmente, uns 17 anos. Percebo que os motivos pelos quais ela está ali não são bem "sentir a presença do Senhor".
O que gostei nesta experiência foi perceber o quanto as pessoas são induzidas a acreditar, tudo é maquiavelicamente planejado. Todos são levados a acreditar. É um misto de ignorância e "testes de fé". Quem não foi curado é porque não tinha fé suficiente. Pensei eu (lembrando de Edir Macedo): "Quem não gostaria de ter o Cajado de Moisés"? Boa pergunta.
No mais, percebo os comuns, os obreiros, os pastores. A maioria está bocejando, sentindo-se quase que obrigados a estarem ali. O tédio é latente. Uma obreira boceja repetidas vezes enquanto tenta "libertar" os endemoniados. Um outro, aparentando 15 anos, preferiria, sem dúvida, estar em qualquer lugar fazendo coisas de um rapaz de sua idade, como "correr atrás de mulheres". Mas estão todos lá, como cordeiros. São os cordeiros de deus (temo apenas por seu sacrifício).
As "estrelas" do espetáculo são os pastores da televisão. Os intocáveis, os ungidos. Todos ficam sempre no lugar mais alto, mais perto de deus. Quando algum demônio não quer sair, mandam para os tais pastores. É chocante. "Traz aqui", diz um deles. "Queima G-zuis", grita outro. Gritos, rostos amargurados, vidas duras, foi tudo o que percebi. É uma triste cena.
A menina continua se insinuando. Cada qual quer demonstrar mais fé que o outro. Uma mulher vai até o púlpito e faz uma "oferenda" de 1.100 reais e, logo, é entrevistada pelo pastor. Fico decepcionado, pois pensei que pelo menos veria um certo grau de discernimento, contudo, vejo apenas um "bando" de ignorantes, como Lula e CIA, buscando respostas para a situação de miséria e esquecimento em que subsistem.
Fz!
O que gostei nesta experiência foi perceber o quanto as pessoas são induzidas a acreditar, tudo é maquiavelicamente planejado. Todos são levados a acreditar. É um misto de ignorância e "testes de fé". Quem não foi curado é porque não tinha fé suficiente. Pensei eu (lembrando de Edir Macedo): "Quem não gostaria de ter o Cajado de Moisés"? Boa pergunta.
No mais, percebo os comuns, os obreiros, os pastores. A maioria está bocejando, sentindo-se quase que obrigados a estarem ali. O tédio é latente. Uma obreira boceja repetidas vezes enquanto tenta "libertar" os endemoniados. Um outro, aparentando 15 anos, preferiria, sem dúvida, estar em qualquer lugar fazendo coisas de um rapaz de sua idade, como "correr atrás de mulheres". Mas estão todos lá, como cordeiros. São os cordeiros de deus (temo apenas por seu sacrifício).
As "estrelas" do espetáculo são os pastores da televisão. Os intocáveis, os ungidos. Todos ficam sempre no lugar mais alto, mais perto de deus. Quando algum demônio não quer sair, mandam para os tais pastores. É chocante. "Traz aqui", diz um deles. "Queima G-zuis", grita outro. Gritos, rostos amargurados, vidas duras, foi tudo o que percebi. É uma triste cena.
A menina continua se insinuando. Cada qual quer demonstrar mais fé que o outro. Uma mulher vai até o púlpito e faz uma "oferenda" de 1.100 reais e, logo, é entrevistada pelo pastor. Fico decepcionado, pois pensei que pelo menos veria um certo grau de discernimento, contudo, vejo apenas um "bando" de ignorantes, como Lula e CIA, buscando respostas para a situação de miséria e esquecimento em que subsistem.
Fz!