fevereiro 27, 2012

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças



Na malha soturna do que somos sussurros incômodos à aurícula. Taciturnos e lúgubres, inauditos. Que são vocês, que querem de mim; deixem-me! À noite, escura e solitária, a alma queima, grugulha. No vazio existencial de todo vivente, arde ali o ciúme, no inexorável fato do outro. Ali, a efetividade faz-se presente, caçoa, diz-nos: pensam que são! Ah, dileta docente esta, a verdade. Que importa para imemoriável mente que sente, que mente e se incomoda. Nada, faz de nós cavalos do seu egoísmo, trotando ao infinito indecifrável; mo disse Freud. Bardo da psique, nos libertou ao passo que nos limitou. Só podemos ser o que somos, afinal. Entretanto, não é sempre que nos avisam quão duro é sê-lo. Essa geléia, esse universo de bactérias, que chora que jorra que ora, demora a entender. Somos o que podemos ser; sonhos podemos ter? Torpes significados traduzidos da linguagem  idílica para real. Oh, quantos foram seus tradutores, pequenos construtores, tijolo a tijolo, do conhecimento humano, incógnitos. Vivemos a dissimular, sem olhos nos olhos, não mais dizer o que se faz, o que se é. E viva o Batman do pseudo bem. A humildade hipócrita do bom perdedor prevaleceu. Louco alemão mo contou em fantástico aforismo; Ali, – lembra! - onde canta o lunático ermitão a sua mais cara ilusão! Eu, resignado, pensei nas doces palavras do kamikaze “a morte é leve como uma pluma”. E após um curto lapso de tempo, a dissociação da matéria, seu retorno ao universo, abandonando-nos. O inevitável estado ao qual estamos todos destinados; o fim; o nada. O pingüim amazônico, empapado e histérico, de bíblia à mão, diz-me que o tempo está chegando. Que tempo, o da Igreja, o do patrão? que tempo então! Dominados pela burla do tempo, historinhas de ninar, felizes para sempre, nunca teremos um happy ending, pois o espelho da modernidade estará sempre quebrado. Mostrando dia-a-dia, ininterruptamente, para cada narciso, sua inescapável limitação. Devorado por um ente inexistente. E ao pensar em tudo isto, de soslaio um sorriso, sem lamúria ou cinismo: como é bom viver! Herói por herói, fico com o super-homem.






#Fz!