Quando me perguntam jocosamente "para o que vc não tem resposta?", retruco: para a paixão, a paixão é inexplicável e irracional. Ato contínuo o interlocutor, sendo curioso, perora: e qual (ou quais) sua paixão? A reposta é sempre a mesma: O Flamengo. A única coisa realmente irracional que há em mim acontece quando o time de Zico, Adílio, Júnior, como cantou D2, entra em campo. "Serei Flamengo mesmo que o manto sagrado desbote". Tal qual aqueles torcedores de times grandes de outrora e à beira da falência agora.
Minha geração, por sua vez, compreende mais a de Júnior e seus famigerados 3 gols, já com mais de 40, numa eliminatória contra o Palmeiras. Aquela do `mantos dos mantos`, segundo Nelson Rodrigues, um tricolor. Neste momento lembrei do menino que "queria ser" (do ensaio Bons motivos para não se eu). Um Bruno. "Tem a malícia que cada esquina deu" (racionais). "Sentado à beira de uma calcada seria eu dando adeus a mim mesmo". Bruno brilharia em Brasil 2014. Quem entende o mínimo de futebol não tem dúvida sobre a assertiva. O cara `pegava` muito.
Mas era burro. De pedra. Não tinha o conhecimento acadêmico, catedrático. Era preto e careca num Brasil que flerta com o branco da pele e amarelo do cabelo. Contudo, nos dizeres de um colega: Não existe homem nem feio, nem belo, mas pobre. Um tanto machista, concordo; contudo, completamente errado? Eis uma pergunta. E Bruno, o goleiro jamais campeão numa possível idilica final contra os franceses (cuspo no chão!), ou argentinos (escarro agora!), num maracanaço feliz, conheceu a resposta. Dê dinheiro e poder a um homem e conheça-o. Olá, prazer, sou Bruno, burro e boleiro. E boleiro que é boleiro (Neymar que o diga), gosta de uma Maria chuteira.
E Marias chuteiras, mulheres vulgares (racionais), loiras burras (Gabriel "O Pensador": Como dizem os racionais...), há aos montes. Viagem para Europa? (Racionais), enfim, uma atriz pornô conquistou o coraçãozinho do Bruninho. Conquistaria qualquer um que a "visse" em ação (Bruno viu DEPOIS...). E como reza o ditado, o último a saber, é precisamente o enganado. Então meu Jorge do Có falou ao ouvido: "Ela vai me pagar por me fazer de idiota e meus amigos rirem da 'mãe do meu futuro filho'". A entrevista do Léo Moura foi chocante para os que lêem nas entrelinhas. Foi a entrevista de alguém que sabia o que se passava, vivenciou nas conversas de corredores o "frigir dos ovos".
Se eu pudesse encontrar o meu ídolo da irracionalidade (minha e dele!) perguntaria somente: "Velho, tava bom lá na hora, caralho?". Woody Alen traduziu de maneira diferente: O homem não tem sangue suficiente para pensar com as duas cabeças ao mesmo tempo. Ou, no dizer dos vovozinhos, 'ver o que ele lançou fora por uma rameira'. Enfim, escutei um grito agora, era meu Jorge do Co novamente: "HÁ UMA LINHA MUITO TÊNUE QUE SEPARA POBRES COITADOS DE MONSTROS ASSASSINOS". Bruno cruzou-a.
#Fz!