maio 20, 2012

Amor, profundo amor...

Quando lhe vi pela primeira vez, ainda efebo, senti que minha vida iria guinar. Uma curva transtornando meu intelecto. Tudo que então acreditava, tornou-se uma mentira. És minha Deusa favorita. Mesmo Afrodite pranteou quando tu roubaste-lhe meu langor.

Não havia mais bela ou singela donzela que escrutasse meu amor. Os milênios, ao passo que ganhavam sentido, embaralhavam-me como num jogo cujas regras, regem o acaso. Fez-me de palhaço, de mim caçoou. Ignorou-me durante anos a fio, esnobava este verdadeiro Werther, que sofria calado a impossibilidade de abarcar-lhe como um todo, restando-lhe apenas amar-lhe como um tolo.

Paz, honra, MALDITA QUIZOMBA; Maldita Salomé! Que fizeste com tudo de inerente que havia em mim? Dinheiro, canudo, deixei-te meus anos mais duros e tu me devolveste sofrer.

Então agora, nesta ode ao amor que transborda, que se sente pequeno ante tua beleza inexpugnável, ao parágrafo final me calo. E calo apenas para te admirar, Mnemea. E pelos séculos dos séculos, toda filosofia e toda arte, sob o escrutínio de teus olhos lascívos, sob a égide do teu julgamento, não perecerão.

Guardarei-a, como pediu-me Zaratustra, na memória; no lugar cuja citação goetheana pediu que se deixasse apagar tepidamente. E desde o primeiro momento te amei; loucamente, efusivamente, insanamente, Ó HISTÓRIA.


                                                                  Meu violino perdido.