*texto de 2007
Hoje são 6 de julho. Neste dia eu me propus a escrever um
artigo. Este artigo veio a minha mente de uma forma engraçada, pois no momento
em que me decidi a escrevê-lo, lembrei-me de uma cena irônica de minha
pré-adolescência. A cena consistia em uma foto guardada no fundo de um baú onde
estava eu em frente a um castelo de cartas com 11 blocos empilhados (11 blocos
vai! Dá um desconto também!). Lembro-me de ter ficado estupefato com tal feito,
mas hoje este feito transfigurou-se num significado simbólico que dantes jamais
imaginei.
O mundo, meus colegas, é como meu
castelo de cartas, embora magnífico (modéstia a parte! Afinal de contas, você,
leitor, já conseguiu tal feito?), uma leve brisa pode implodi-lo e fazê-lo
desaparecer. Então, veio a minha mente a guerra do Iraque, a guerra do
Afeganistão, Vietnã, etc. Essas guerras lembraram-me de como o mundo é frágil e
como nós nada fazemos para evitar sua implosão.
Nada fazemos, pelo fato de que nossa
visão do mundo é também formada por um castelo de cartas, porque acreditamos em
mentiras empilhadas, ligadas umas às outras por meio de tênues argumentos que
um olhar mais atento facilmente desmonta.
Você sabia, por exemplo, que dentre
os terroristas do 11 de setembro, quase todos eram sauditas? Você sabia que se
a temperatura da terra aumentasse, do dia para noite, apenas 5 graus
centígrados, o mundo entraria em uma nova era glacial? Você sabia que 25% dos
países ricos consomem 75% de todos os recursos naturais do nosso planeta? Essas
são perguntas capciosas, pois o motivo delas não é alertar para um fato, mas
atentar para o motivo!
Assim, a primeira pergunta nos leva
a entender porque um bêbado, possivelmente disléxico, invadiu um país como o
Afeganistão após o 11 de setembro, tendo em vista que quase todos os
terroristas eram sauditas. Acontece que este cidadão chamado George Walker
Bush, tem 1 trilhão de dólares em motivos para isso. Exato, você leu
corretamente, um TRILHÃO de dólares! Este, meu caros, é o montante em
investimentos que os sauditas têm nos Estados Unidos da América e se este
dinheiro, de uma hora para outra, fosse sacado (em virtude de um ataque
americano, por exemplo), o país simplesmente despencaria como que atingido por
um furacão.
Ou seja, a desculpa para invadir o
Afeganistão foi o 11 de setembro, o motivo, um oleoduto. Osama bin Landen, um
pobre diabético que morreria sem hemodiálise, jamais poderia se esconder em um
território tão hostil e atrasado como o Afeganistão, quem dirá entremear-se por
cavernas. Este oleoduto, o real motivo, é um sonho do presidente Arbusto, pois
ele cruzaria o Afeganistão trazendo petróleo do mar cáspio para os países do
ocidente.
Não se pode dizer nem que Arbusto
não gostava do regime Taleban, já que diversas vezes os recebeu com tapete
vermelho e tudo mais (prostitutas de luxo, aviões fretados, hotéis 5 estrelas)
quando era governador do Texas. Senhores, o motivo da invasão é claro:
enriquecer ainda mais seu já rico pai, o maior beneficiário da construção do
tal oleoduto. Aqui o regime Taleban foi simplesmente um bode expiatório, pois
se os EUA quisessem realmente defender povos oprimidos por regimes atrasados,
já teriam a muito invadido a China que, segundo a ONU, é um dos países que mais
desrespeita os human rights.
Já encontramos a resposta para a
primeira pergunta: petróleo. Isso basicamente responde a segunda pergunta,
tendo em vista que o petróleo é o combustível fóssil mais poluente que o mundo
já conheceu e é uma das grandes molas propulsoras para o desenvolvimento
americano. Para se ter um exemplo, o americano está mais preocupado com o preço
da gasolina (que anda tirando o sono do presidente Arbusto) do que com os
direitos humanos nos países de terceiro, quarto e quinto mundo.
Então não é difícil imaginar o
motivo pelo qual os EUA não assinaram o protocolo de Kyoto, visto que isso
traria sérios empecilhos para indústria do país que mais polui o planeta. Para
se ter uma idéia, os EUA poluem mais que o dobro do segundo colocado, e o pior
de tudo é que o segundo colocado é a China!
Então o aquecimento global tem apenas um culpado. Não,
leitores, não é o petróleo, mas a opinião pública americana. Por isso o governo
Bush tenta nos empurrar mentiras de que o petróleo é uma fonte renovável, ou
que o buraco (está mais para um rombo mesmo) na camada de ozônio não tem
relação com a poluição, ou ainda que o aquecimento global não é uma realidade,
mas um artifício dos “inimigos” dos EUA para impedir seu crescimento econômico.
E não é brincadeira não, caro amigo, ele contrata
estudiosos nessas áreas para provar por A + B que o mundo não está a beira de
um colapso. Esses estudiosos servem para tranqüilizar o povo americano enquanto
seu castelo de cartas caminha ladeira abaixo.
A terceira e mais interessante
pergunta é a mais complicada, pois ela nos leva a uma armadilha marxista que
todo historiador gosta de vomitar: Ricos explorando pobres! Não, meu leitor,
embora pareça não é este o meu objetivo. A terceira pergunta nos mostra que
simplesmente não tem para todo mundo! O planeta terra não agüenta esse tipo de
exploração. Se amanhã todos os chineses resolvessem fazer uma ligação
telefônica, BOOM; se todos os africanos resolvessem acender uma lâmpada
elétrica, BOOM, de novo!
O problema em questão não é entre pobres e ricos, o
problema é que não há como ter para todos e não dá para dividir! Não tem
internet para todo mundo, nem linhas telefônicas, nem energia elétrica, por
isso muitos não podem executar tarefas que realizamos todos os dias e nem nos
damos conta de o quanto somos sortudos. Então, na próxima vez que você acender
uma lâmpada ou realizar uma ligação telefônica, lembre-se que você só o faz
porque bilhões não o fazem.
Neste artigo não me propus a
discutir problemas filosóficos, mas problemas reais do nosso dia a dia. The
truth is out there (A Verdade Está Lá Fora), basta você enxergá-la.
Petróleo-Guerra Contra o Terror-Kyoto-Opinião Americana-Oleoduto-1 trilhão de
dólares-Planeta, tudo se sustenta como num castelo de cartas...
Felipe Gomes Zanon, 5º Período de História Noturno.
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